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Livros de Poesia para Crianças
Jeito de Empinar Pipa
O menino retira
dos dedos um fio,
que se arremesa no ar,
feito fino assobio,
naylon subindo,
subindo, sem cessar.
Agora, presa à linha,
colorida pipa-arraia
Aranha altura
e, aviãozão de papel,
a pandorga se espraia
e já se circunvizinha,
na barriga do céu,
das barbas de nuvem
do bobão Papai Noel.
Sereno, às vezes,
ora a dar tainha,
lá se foi papagaio,
de supetão, num jato,
quase a roçar um raio.
Depois, num bom após,
como que dormindo,
na gaveta do azul,
menos que de mansinho.
O olho-seta do menino, no ar,
vibra, e dodopia, e zune
e voa, assim, luzindo,
dando de sonhar
naquele seu invento,
que se afunda e se estica,
sempre assaz bonito,
nas terras châs do vento,
além da planura mágica
e infinda do infinito.
Livro: "Poesia para a Garotada" - pág. 11
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